Nós, estudantes do semestre 2.2023, priorizamos a valorização e conhecimento mais profundo da história e da cultura do Distrito Federal, a nossa identidade. Acreditamos que a cidade é fruto da participação de milhares de pessoas e de suas identidades, que se mesclaram e originaram a capital que vivemos hoje. Nesse sentido, na busca de compreender como foi dada a construção da identidade do Distrito Federal, vamos fazer uma retrospectiva destacando os principais acontecimentos  do quadradinho, desde sua construção até os dias de hoje. Vamos observar como é rica e diversa a cena cultural que vivenciamos hoje, fruto das mais diversas influências que cada geração teve aqui.

 

NOVA CAPITAL, NOVOS SONHOS

 

Construída em quatro anos, de 1956 a 1960, Brasília transformou o Planalto Central em uma cidade moderna e cheia de vida. Milhares de trabalhadores de diversas regiões do país - principalmente do Norte e do Nordeste- participaram dessa obra, que mudou o Brasil e a história deles. A capital e as cidades satélites cresceram juntas, formando um cenário único e desafiador. 

 

Os candangos enfrentavam um cotidiano marcado por longas jornadas de trabalho, os candangos não perdiam a alegria e encontravam na música uma forma de expressar e resistir às dificuldades. Exemplo disso, era o carnaval que já animava a Cidade Livre, atual Núcleo Bandeirante, antes mesmo de Brasília ser inaugurada. Os operários e suas famílias cantavam para celebrar a vida e a esperança de construir uma nova capital e uma nova identidade nacional.

 

A CIDADE DA DIVERSIDADE REBELDE

 

Brasília, em seu processo de desenvolvimento, se torna um centro cultural e artístico nacional nos anos 60 e 70. Com influências variadas, a música, a poesia e os artistas resistiam à ditadura e reivindicando mudanças. Glória Maria, Fernando Lopes, Cássia Eller, Oswaldo Montenegro, Renato Matos, Mal da Terra e Liga a Tripa se destacaram na cidade. Além disso, o “Concerto Cabeças”, foi um evento representativo para a época. Na 311 Sul e na rampa acústica do Parque da Cidade, bandas, poetas e artistas faziam shows em prol da liberdade e da juventude.

 

O PALCO DAS TRANSFORMAÇÕES

 

Já as décadas de 80 e 90 foram um dos períodos da história recente com maior influência nas gerações atuais. As mudanças ocorridas nessa época romperam com os anseios de um passado até então recente, e em meio a tudo, quem esteve no foco de todos os holofotes sendo palco para todas essas transformações significativas, foi Brasília. A identidade musical brasiliense do período foi moldada por uma série de eventos políticos e culturais, refletindo a complexidade e a riqueza da cena musical da capital brasileira. Do rock ao axé, do rap ao reggae, é aqui que a diversidade de gêneros e públicos emerge. Alguns dos nomes mais lendários como Legião Urbana, Renato Matos, Raimundos e Hamilton de Holanda tiveram sua estreia aqui. 

 

A VARIEDADE CRIATIVA

 

O novo milênio transformou a sociedade brasileira em vários aspectos, como política, tecnologia e cultura. Em Brasília, a internet mudou a forma de fazer e ouvir música, ocasionando na diversificação dos gêneros e estilos. A cena artística das décadas de 2000 e 2010 se recriou e as regiões administrativas passaram a ganhar mais destaque. A cidade, famosa pelo rock, abraçou definitivamente outros ritmos, entre os artistas de destaque deste período estão Natiruts, Maskavo, Ellen Oléria, Tribo da Periferia, GOG, Scalene e outros.

 

O DF HOJE E A NOVA GERAÇÃO

 

A década de 2020 iniciou-se de forma turbulenta, com a pandemia de Covid-19, que causou um impacto de dimensões extremas em todo o mundo. O cenário alterou o comportamento das pessoas, mais isoladas em casa em função das quarentenas que foram decretadas. Após dois anos, com a vacinação e a imunização da população, eventos - principalmente - de música voltaram às atividades. 

Hoje, Brasília vive um novo momento, com uma leva de artistas e personalidades que se tornaram relevantes no quadradinho e fora dele. Agora, o som genuíno das periferias ecoa por outras “quebradas” do quadrado com as vozes de jovens que lutam para viver de música. Assim, Brasília se consagra como uma cidade que respira e transpira cultura, que se reinventa e se adapta aos novos tempos, que acolhe e valoriza a diversidade e que contribui cada vez mais para a consolidação de uma identidade cultural plural e vibrante.

 

Como forma de fortalecer ainda mais nossa mensagem, priorizando a valorização e conhecimento mais profundo da história e a cultura do Distrito Federal, o Café FAC convida a todos para o evento “Expresso Cabeças”, que ocorrerá no dia 29 de novembro de 2023 (quarta-feira), das 19h às 21h no Estúdio A da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Neste dia, iremos reunir grandes nomes da cena musical da capital para um bate-papo sobre a produção cultural e musical do DF, desde a sua origem até os dias atuais. Ilustres convidados que, de fato, ajudaram a construir a identidade do DF, marcarão presença: Anapolino, ou Lino (do Matuskela), Breno Alves (pandeirista do 7 na roda), João Ferreira (violonista do Natiruts) e Kiko Peres (guitarrista do Natiruts). 

Haverá certificado de horas. O evento é aberto para todos, esperamos vocês!